NELAS
Desde tempos remotos, Nelas desempenhou o papel crucial de elo entre o litoral e o interior, situado entre as Serras do Caramulo e da Estrela. As antigas vias romanas moldaram o território, estimulando a fixação das comunidades e contribuindo para o desenvolvimento de uma identidade cultural que perdura até aos dias atuais, mantendo praticamente intactos os limites medievais entre os rios Dão e Mondego.
Situada no coração da Região do Dão, entre os rios Dão e Mondego, e agraciada pela generosidade da natureza, Nelas desfruta de uma localização estratégica, cercada por paisagens exuberantes, pinhais e vinhedos. O rico património do concelho é evidenciado pelos renomados vinhos, pela típica gastronomia beirã e por uma cultura vibrante, expressa em eventos emblemáticos como a Feira do Vinho do Dão, o Carnaval de Nelas e Canas de Senhorim, as Marchas Populares e a Viagem Medieval de Canas de Senhorim.
Desde os encantos do centro histórico de Canas de Senhorim até as margens do Rio Castelo, da Aldeia Cultural da Lapa do Lobo à nobreza da Vila Vinhateira de Santar, os itinerários oferecem uma variedade fascinante. No meio rural, as Caldas da Felgueira representam um verdadeiro refúgio, com paisagens deslumbrantes e um moderno Centro Termal que proporciona tratamentos e programas de bem-estar únicos. Nelas é, portanto, um município que harmoniza história, natureza, cultura e saúde de maneira singular.
Moinhos de Senhorim
PatrimónioAo longo das margens dos rios Castelo e Videira, localizam-se vários moinhos de água. Estes moinhos de rodízio, preciosidades do mundo rural, representam estruturas outrora fundamentais à sobrevivência das comunidades locais, permitindo a moagem de cereais, principalmente de milho e centeio.
Ao realizar o Percurso Pedestre dos Moinhos do Castelo (PR1 NLS), desfrute da natureza, oiça o rio e aprecie o património molinológico das “Terras de Senhorim”.
Bairro dos Mineiros ou Antigo Bairro dos Malteses
PatrimónioDepois da exploração de rádio (1913-1944), é a partir de 1951 que se inicia a verdadeira exploração de urânio nas Minas da Urgeiriça. Os Acordos Luso-Britânicos assinados em julho de 1949 vigoraram entre 1951 e 1962. Foi neste período que ocorreu a exploração mais intensiva de urânio na Urgeiriça. A possibilidade de produzir toneladas de concentrados de minério de urânio para o mercado externo, especialmente para os Estados Unidos da América e Inglaterra, implicava contratar um grande número de trabalhadores.
Além dos trabalhadores locais, a partir da década de 50 as Minas começaram a empregar mineiros vindos de todo o Centro e Norte de Portugal, muitos deles com experiência mineira adquirida nas minas da Borralha (Montalegre) e da Panasqueira (Covilhã e Fundão). Tratavam-se de homens humildes que partiam em grupos ou sozinhos dos seus ambientes naturais na procura de melhores condições de vida para as suas famílias. Estes mineiros eram conhecidos por “malteses” entre os habitantes locais. Ficavam alojados em espaços arrendados ou propriedade das Minas. Na Urgeiriça, utilizaram-se temporariamente quatro casernas em madeira, localizadas no caminho para a Quinta da Vitória e, mais tarde, neste bairro.
Os anos 50 evidenciaram grandes transformações urbanísticas na Urgeiriça, especialmente em torno do complexo mineiro. Construíram-se habitações e diversas infraestruturas fundamentais à sobrevivência e bem-estar da comunidade mineira, originando o aparecimento do Bairro de Cima, formado pelos Bairros dos Operários e Mineiros ou Malteses. Neste local ergueram-se alojamentos para os “malteses”, razão pela qual também se perpetuou localmente a designação para esta área habitacional da Urgeiriça.
Miradouro do Folhadal
PatrimónioA partir do miradouro do Folhadal, também conhecido de Laje Grande, são vastas as perspetivas panorâmicas para os territórios que se observam a nordeste, este e sul. O vale do Mondego está a poucos metros de alcance, seguindo-se os territórios que, tal como este em que estamos, formam a chamada Plataforma da Beira Alta ou Plataforma do Mondego. Uma ampla superfície de aplanamento, entalhada pelos rios Dão, Mondego, e seus afluentes, que da Serra da Estrela se prolonga até à Serra do Caramulo.
As águas que formam estes rios são as principais responsáveis pela dissecação desta imensa superfície que, daqui, em parte se pode observar. O Mondego serpenteia pelas encostas que ao longo dos milénios foi abrindo, algumas das quais dedicadas ao cultivo da vinha em socalcos, e o granito domina a paisagem, ainda que largamente ocultado pela próspera vegetação arbustiva.
Rio Mondego: da ponte centenária ao antigo buvette das águas frias
PatrimónioNa aldeia termal das Caldas da Felgueira, precisamente na envolvência do rio Mondego, desfrute do que a história termal e natureza fluvial tem para oferecer. No patamar superior deste local, além da ponte centenária, através da qual é possível vislumbrar o leito do rio Mondego, usufrua também do espaço de merendas.
Já na margem direita, precisamente junto ao leito do rio, desfrute do espaço de lazer e recreio ao som da água do Mondego. Paralelamente, não deixe de apreciar uma parte da História termal da aldeia através do antigo buvette das águas frias medicinais das Caldas da Felgueira, edifício com uma expressividade artística e arquitetónica singular. Trata-se de um edifício com uma matriz neoárabe revivalista, com clara ligação aos princípios românicos oitocentistas, sobretudo pela configuração arquitetónica e decorativa.
A sua localização, junto a um dos principais acessos viários das Caldas da Felgueira, história e beleza arquitetónica e artística tornam este edifício como um dos principais pontos turísticos mais importantes desta Aldeia de Portugal.
Caldas da Felgueira, a Aldeia Termal
PatrimónioAs águas das Caldas da Felgueira, mencionadas nas Memórias Paroquiais de 1758, ordenadas pelo Marquês de Pombal, só começaram a ser exploradas termalmente a partir do início do século XIX. Nessas memórias era mencionada uma nascente quente e sulfúrica no limite do lugar de Vale de Madeiros.
Na Exposição Universal de Paris, em 1867, as suas qualidades terapêuticas foram reconhecidas e com a abertura da Linha da Beira Alta, em 1882, e a consequente maior facilidade de acesso a esta zona interior na borda do Mondego, a procura aumentou consideravelmente. É nesse momento que é dada a concessão da sua exploração a José Maria Marques Caldeira, que cria a Companhia das Águas Medicinais de Felgueira, e pouco depois, em 1886, nasce a Nova Companhia do Grande Hotel Club das Caldas da Felgueira. O Centro Termal dos nossos dias abriu ao público em 1997, depois de grandes obras de requalificação e ampliação.
Orca das Pramelas
PatrimónioConhecer e compreender o território do concelho de Nelas em pleno século XXI, implica viajar 6 000 anos pela história de uma geografia local, atualmente pontilhada de vestígios arqueológicos e históricos.
A Orca das Pramelas, é um desses exemplos. Trata-se de um monumento megalítico de cariz funerário com cerca de 6 000 mil anos.
Igreja Matriz de Nelas
PatrimónioIgreja Paroquial, especificamente desde os anos 60 do século XX, foi construída na primeira metade do século XIX para se assumir como capela da Irmandade de São Miguel. Foi, precisamente em 1965, que se iniciaram as obras de ampliação do espaço de culto para servir de Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, culto deslocado do edifício primitivo, localizado no atual largo São João de Deus.
O maior destaque a este espaço de culto é dado ao seu interior, sobretudo ao retábulo da capela-mor. Ao entrar, deparar-se-á com a exuberância e aparato da estrutura retabular que segue os cânones de estilo joanino. Todavia, outro dado importante deste retábulo, refere-se à sua origem. Trata-se de um retábulo inicialmente concebido para a igreja do convento de Santo António, localizado na cidade de Viseu. Com a extinção das ordens religiosas em 1834, a Irmandade de São Miguel Arcanjo de Nelas, encontrando-se a construir a sua capela, adquire esse altar, encontrando-se ainda hoje na Igreja Matriz.
Santar, a vila nobre
PatrimónioAo visitar Santar, percorra os largos, ruas e ruelas que outrora foram locais de permanência e passagem para várias famílias nobres da coroa portuguesa. Vila de Jardins, Solares, Adegas e Vinhas, é, presentemente, uma localidade que vive o presente, preservando e divulgando a sua história.
Estátua ao Escanção
PatrimónioInaugurada no ano de 1966, esta singular estátua, foi inspirada na figura do escanção Fernando Ferramentas, que na época trabalhava no Hotel Aviz, em Lisboa, e que fundou a Associação dos Escanções de Portugal.
Foi encomendada ao famoso escultor Domingos Soares Branco, pelo então Presidente da Junta de Turismo das Caldas de Felgueira, Eurico de Amaral, que desde sempre reconheceu na figura do escanção o profissional por excelência para promover o vinho da sua região.
Nesta estátua o escanção apresenta-se de trajo à moderna, com a tambuladeira simbólica que o caracteriza. No plinto, a legenda de homenagem: “Ao Escanção Por Bem Servir”.
No verso da base da estátua em granito a identificação de 20 castas (Tintas e Brancas) características do Dão. Nelas pode orgulhar-se de ter levantado ao escanção o primeiro monumento do Mundo, em pleno Coração do Dão.
Mata das Alminhas
PatrimónioTambém designado por Parque de São Miguel, é um espaço de lazer e recreio localizado em plena vila de Nelas. Paralelamente, é possível apreciar um dos muitos exemplares monumentos existentes no concelho de Nelas que são dedicados às Alminhas.
A perpetuação deste nome de lugar revela uma clara vontade da autarquia e comunidade local em preservar e valorizar a sua religião, memória, crença, vivência e, acima de tudo, o seu passado.