SÁTÃO
Com mais de 900 anos de história, o concelho de Sátão é privilegiado por condições naturais excepcionais, com um subsolo rico em matérias-primas e vastas extensões de terrenos férteis. A topografia e a abundância de cursos de água desempenharam um papel crucial desde os primórdios, influenciando tanto a paisagem natural quanto a construída ao longo dos séculos.
Esse extenso período histórico deixou para trás um rico património que se desvenda ao explorar o concelho de Sátão, revelando uma diversidade paisagística, uma abundância de arquitetura religiosa e profundos vestígios arqueológicos, testemunhos eloquentes do passado e da história.
Integrado na prestigiada Região Demarcada dos Vinhos do Dão, Sátão destaca-se pelo verde exuberante dos pinhais e campos, que contrastam harmoniosamente com os vales graníticos e xistosos, atravessados por inúmeros cursos de água. Vinhedos expansivos embelezam a paisagem planáltica. Apesar das condições climáticas desafiantes, a região exibe uma notável diversidade de castas, frutas, vegetais e cogumelos, com especial destaque para o míscaro, evidenciando a contínua importância da agricultura para a subsistência da população local.
Enraizado numa multiplicidade de patrimónios materiais e imateriais, e repleto de simbolismos, o concelho de Sátão revela sua identidade única no folclore, nas festas populares, romarias, provérbios, no Cancioneiro, lendas e superstições, além de sua inquestionável contribuição para a gastronomia e nos valores hereditários que o definem.
Capela de Nossa Senhora da Esperança
PatrimónioA Capela de Nossa Senhora da Esperança, situada na localidade de Abrunhosa, freguesia de S. Miguel de Vila Boa, concelho de Sátão é património classificado como Imóvel de Interesse Público desde 19-02-2002 e o seu órgão de tubos executado pelo mestre organeiro Francisco António Solha, foi classificado anteriormente, também, como Imóvel de Interesse Público em 12-09-1978. É uma jóia de arte de incrível beleza, de estilo barroco joanino, cuja simplicidade e frieza maneirista da fachada exterior, pintada de branco emoldurado de granito, contrasta com o esplendor do interior impulsionado pela talha dourada, que, em perfeita sintonia com os azulejos figurados a azul e branco e as pinturas do teto e paredes, cobre por completo o interior do edifício. Construída no século XVIII por ordem do cónego Luís Bandeira Galvão, no lugar onde existia uma primitiva capela, para cumprir o voto feito ao seu tio, e seu homónimo e irmão da confraria de Nossa Senhora da Esperança, a grandiosidade desta Capela é enaltecida em diversos documentos publicados, como por exemplo: “Santuário Mariano”, de Frei Agostinho de Santa Maria, “Terras do Concelho de Sátão”, de Albano Martins de Sousa e “A Capela de Nossa Senhora da Esperança, A Obra de Arte Total num Depoimento de Fé”, de Maria de Fátima Eusébio.
Mais informações
Orca do Tanque
PatrimónioA Orca do Tanque, monumento nacional, também conhecida como orca de Casfreires ou Orca Cimeira, foi edificada no Neolítico Final, à cerca de 6000 anos e foi reutilizado por comunidades dos finais da Idade do Cobre ou início da Idade do Bronze. Apresenta uma câmara poligonal, composta por nove esteios e corredor de 6m de comprimento. A mamoa tem cerca de 25m de diâmetro e 2m de altura. Pelo menos seis dos esteios da câmara possuíam pinturas, hoje impercetíveis. No topo da laje de cobertura, ou chapéu, foram gravadas várias cruzes, covinhas, inscrições e datas dos séculos XVIII e XIX, possivelmente relacionadas com a confirmação dos limites concelhios entre Sátão e Fráguas. Os trabalhos em curso permitiram obter uma extensa informação sobre as comunidades que exploravam este território, tendo sido encontrados vários machados de pedra polida, um conjunto muito diverso de pontas de seta, vários micrólitos, fragmentos de lâminas (facas) e centenas de fragmentos de cerâmica.
Mais informações
Igreja de Santo André
PatrimónioA igreja matriz de Ferreira das Aves, classificada como Imóvel de Interesse Público, remonta ao tempo em que a aldeia foi mandada povoar por D. Henrique e D. Teresa, passando depois para a posse dos Templários, foi erguida, como tantas outras do centro do País, no século XII, após a reconquista e a formação do concelho de Ferreira de 1162. Conta a história que foi utilizada a pedra do castelo ou baluarte ali existente e agora já sem função. Igreja de estilo românico, como todas as dessa época, muito mais pequena que a atual, pois seria também diminuta a população, como, aliás, acontecia em toda esta zona centro, onde dessa construção primitiva restam alguns elementos da cornija e, sobretudo, o famoso “Portal de Santo André”, na fachada sul da nova construção.
Mais informações
Convento da Fraga
PatrimónioO Convento do Senhor Santo Cristo da Fraga, obra do fim do século XVIII e classificado como conjunto de interesse público, ergue-se na encosta sueste da serra da Fraga e teve origem numa capela erguida no local onde havia sido descoberta uma imagem miraculosa de Cristo crucificado, quando dois homens procuravam uma pedra para uma mó de um moinho. Ainda que restem apenas a igreja e as ruínas do templo, este é ainda um dos locais de interesse do concelho, onde se destaca a frontaria do templo, assim como os retábulos do interior em talha dourada barroca, rococó e revivalista, e onde temos também um tesouro humano e de grande valor, o túmulo do célebre sábio e virtuoso Frei Joaquim de Santa Rosa de Viterbo, que no Convento da Fraga viveu e escreveu o “Elucidário” e outros livros de real valia, e no chão do claustro está sepultado.
Mais informações
Santuário do Nosso Senhor dos Caminhos
PatrimónioSituado em Rãs, freguesia de Romãs, Decermilo e Vila Longa, na margem esquerda do rio Vouga, o Santuário de Nosso Senhor dos Caminhos, erguido no início do século XIX, apresenta-nos uma grandiosa capela, onde se destaca a sua imponente torre sineira, e à esquerda da capela encontramos o grande mistério deste local, um conjunto de 15 colunas que se diz terem sido construídas para dar suporte a uma cobertura que serviria de espaço de descanso para os peregrinos e no dia da romaria para colocar os andores, mas ao que parece a cobertura terá sido roubada sem que ninguém desse por nada.
Não havendo dados específicos sobe a data exata do culto no Santuário de Nosso Senhor dos Caminhos, sabemos que o mesmo está ligado ao culto da Senhora da Lapa e de Santiago de Compostela, onde desde o séc. XVI se foi intensificando o culto, e conta-nos a lenda que está por detrás da festa, que um fidalgo que teria uma grande quinta na zona e dava abrigo aos peregrinos que iam para a Senhora da Lapa e para Santiago de Compostela, terá aparecido morto, sendo erguido um pequeno nicho em sua honra e chamado de Senhor dos Caminhos que acolhia peregrinos. Desde então assistiu-se a um fenómeno de crescimento extraordinário de fé que trouxe até aos nossos dias uma das maiores romarias que faz parte dos roteiros turísticos e este magnífico espaço que não deixa indiferente quem o visita.
Mais informações
Eucalipto de Contige
PatrimónioÀ beira da estrada nacional nº 229, que liga Sátão a Viseu, podemos encontrar a rainha das árvores do concelho de Sátão, o famoso “Eucalipto de Contige”, que, de acordo com a Autoridade Florestal Nacional, é considerado como Árvore “Monumental” estando classificada como Árvore de Interesse Público, pelo Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) desde 1964, através da publicação no Diário do Governo nº 182 II Série de 4 de agosto.
Eleito como a “Árvores Portuguesa de 2023” e representante de Portugal no concurso europeu “Tree of The Year 2023” este eucalipto é famoso pela sua desproporcionada dimensão, especialmente pelos 12 metros em perímetro, junto ao solo, já que em altura terá "apenas" 43 metros, sendo considerado, no seu conjunto de altura, copa e perímetro, como a maior árvore de Portugal, e essa sua monumentalidade já lhe terá valido a sua salvaguarda, segundo os locais, aquando da construção da estrada das Dunárias.
Plantado nos terrenos que pertenciam ao Dr. Luiz Xavier do Amaral Carvalho e a D. Constança de Mesquita Garcia de Mascarenhas, proprietários da Casa Xavier em Rio de Moinhos (concelho de Sátão), que foram expropriados para a construção da referida estrada, em 1878, a monumentalidade da árvore, valeu-lhe então a sua salvaguarda, fazendo com que o perfil da estrada lhe faça a devida "vénia", desenhando então a dita estrada um "S" como para se desviar deste belo espécime.
Mais informações
Igreja de Nossa Senhora da Oliva
PatrimónioNo lugar do Tojal, nos limites da Vila de Sátão, à beira da Estrada Nacional, ergue-se umas das mais fulgurantes joias do nosso tesouro artístico.
Datada de meados do séc. XVII, esta bela construção granítica, classificada como Imóvel de Interesse Público, esconde no seu interior um revestimento completo de valiosíssimos azulejos policromos de tapete do séc. XVII, tal como talha dourada do séc. XVII em arte joanina. Ao entramos nesta igreja de estilo maneirista, fundada em 1633 por Feliciano de Oliva e Sousa e inaugurado em 1640, destinada a uma comunidade dominicana feminina, o olhar foca-se na capela-mor, onde o teto ornamentado com caixotões policromados se destacam, assim como a talha dourada do altar.
A entrada é feita por uma porta lateral, numa zona onde é possível reparar numa fonte, reposicionada aquando do restauro de 1744. Pelo nome da Santa aqui homenageada, Nossa Senhora da Oliva, a fábrica de máquinas de costura Oliva, de São João da Madeira teve um papel importante nos restauros mais recentes, por se identificar com a santa, tornando-se assim na primeira empresa a nível nacional a assumir o mecenato artístico em favor do restauro de um monumento.
Mais informações
Praia fluvial do Trabulo
PatrimónioEscondida por entre os pinhas das freguesias de Ferreira de Aves e de Romãs, Decermilo e Vila Longa a Praia Fluvial do Trabulo é um dos recantos mais bem guardados da natureza, com um espelho de água encantador onde é possível desfrutar da vista, da água, do calor e da beleza natural desta praia, um espaço muito bem cuidado, com bons apoios, como casas de banho e bar, parque de merendas, chapinheiro para os mais novos, parque infantil e vigilância com nadador salvador. Integrada num contexto de vida mais rural, a Praia Fluvial do Trabulo, pretende associar-se ao património histórico, cultural, natural, gastronómico e arquitetónico que existe no concelho, enquadrando-se assim, no desenvolvimento estratégico do concelho e na maior aposta do Município na área do turismo.
Mais informações
Convento de Santa Eufémia
PatrimónioDe arquitetura religiosa, românico-gótica, maneirista e barroca, situado à beira de um regato, entre a Veiga e Vila-Boa fundado no ano de 1111, o Convento de Santa Eufémia, convento de clausura, composto por igreja de planta longitudinal, com nave única, capela-mor, sacristia e dois coros, mirante, dependências, estalagem e casa do capelão, albergava religiosas beneditinas. Situado na Ermida de Santa Eufémia, este convento foi construído junto à capela de Santa Eufémia e foi, até 1136, uma comunidade de eremitas.
Esta jóia de inestimável valor é completamente revestido no interior de valiosos azulejos policromos de tapete do séc. XVII, semelhantes aos da Senhora da Oliva no Tojal, do santuário de Nossa Senhora da Lapa e aos da capela da Universidade de Coimbra. A emoldurar as paredes, encontramos ainda, quatro tribunas de talha dourada de grande beleza.
Mais informações
Senhor da Agonia
PatrimónioNos arredores do Avelal, com vistas para o Vouga, para Ferreira e Senhora da Lapa, fica este curioso Santuário integrado num enormíssimo penedo, debaixo do qual está o altar, lembrado o santuário de Nossa Senhora da Lapa, tão típico quão interessante. Conta a lenda que por ali passava uma cavaleiro fugindo de uns ladrões, correndo por vales e penidas, quando o cavaleiro ia para cair num precipício disse “Nosso Senhor da Agonia, valei-me!”, nesse mesmo momento o cavalo parou e o cavaleiro olhou para o lado e viu o Senhor da Agonia debaixo de um penedo. No lugar em que o cavalo parou, ficaram as marcas das ferraduras nos penedos. Passados alguns dias, o bispo de Viseu soube do ocorrido e foram buscar o Senhor da Agonia para a Sé de Viseu, mas, no dia seguinte, o Senhor da Agonia estava de nova debaixo do penedo, no Avelal. O bispado decidiu então ir buscar o Senhor da Agonia, em procissão, e assim ficou na Sé em Viseu, e no Avelal ficou um mais pequeno crucificado.